Reclamação

Pelotenses reclamam do valor do IPTU

Prefeitura afirma que reajuste foi de 10,78%, mas alguns proprietários reclamam de aumento superior a 100

Carlos Queiroz -

Após um 2021 com aumentos de combustíveis, alimentos, energia elétrica e outros tributos, alguns pelotenses levaram mais um susto neste final de ano com a chegada do IPTU. Embora o reajuste oficial apontado pela prefeitura como reposição da inflação tenha sido pouco inferior a 11%, proprietários de imóveis têm relatado aumentos bem superiores, chegando a superar 100%.

Morador há 24 anos do bairro Fragata, Cecílio Martinez, 72, recebeu o carnê com valor 26,3% acima do cobrado no ano passado. O tributo passou de R$ 1.132,00 para R$ 1.430,00, caso realizado o pagamento em cota única. Com salário de aposentado, ele diz não ser possível quitar e fará o parcelamento em dez vezes. "Eu pagava de uma vez só quando era R$ 300,00, agora não tem condições. Acho um absurdo esse valor", comenta. Martinez conta ainda que há cerca de cinco anos foi realizada medição de sua residência e que, desde então, o valor cobrado tem sido alto.

Quem também ficou surpresa ao abrir o documento de cobrança foi Maria Lima, 40. O imposto passou de aproximadamente R$ 400,00 para mais de R$ 950,00 se pago em uma única parcela. Um aumento de 137,5%. A moradora do Sítio Floresta, no bairro Três Vendas, diz que não realizou nenhuma obra ou ampliação de casa para justificar o aumento tão expressivo. E reclama: "É muito revoltante esse valor porque a gente já paga tantos impostos e aumenta mais do que o dobro? Não sei de onde tiraram tanta taxa para cobrar. É um absurdo. Não possuímos tratamento de esgoto, não temos asfalto e nem a limpeza das valetas, é a gente que faz. Enfim, não damos tanta despesa para a prefeitura quanto eles nos cobram", critica.

As reclamações sobre o valor do imposto também podem ser notadas nas redes sociais da prefeitura, onde são recorrentes usuários alegando que os locais onde moram não têm recebido melhorias que justifiquem os reajustes de IPTU.

O que diz a prefeitura

A prefeitura diz que a atualização do IPTU ocorre anualmente de acordo com a inflação do período. Este ano, a Unidade de Referência Municipal (URM) foi reajustada em 10,78%, seguindo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado nos últimos 12 meses. "Qualquer aumento fora desse índice, provavelmente, foi por alteração na área do imóvel", explica o secretário da Fazenda, Jairo Dutra.

O titular da pasta afirma ainda que antes o valor mínimo da parcela do imposto era de 0,25 URM e agora é de 0,50 devido ao crescimento dos custos bancários. Ele explica que um imóvel que antes tinha parcela mínima de R$ 29,86, com base na URM do ano passado com o custo de R$ 119,45, agora terá cota mínima de R$ 66,16, tendo por referência a Unidade de Referência de R$132,32. Conforme Dutra, houve redução no número de parcelas para alguns proprietários e que isso poderia estar causas do impressão de que o valor do IPTU dobrou. "Todos os anos os imóveis são corrigidos por esse índice. Porém, este ano a inflação foi mais alta que o normal, por isso impactou em tudo, inclusive no valor dos tributos", afirma.

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